O Paraguay (não) é aqui 

As reflexões e o respeito às línguas indígenas brasileiras começaram a produzir os ecos que fomentam as mudanças legislativas somente a partir das lutas sociais travadas dentro e fora das comunidades linguísticas no final do século XX. 

Enquanto, desde 1992, a língua Guarani é oficial no Paraguai, aqui, no Brasil de milhares de índios, centenas de etnias e de línguas nativas, nenhuma língua autóctone foi nem deverá ser elevada à condição de idioma oficial. Pelo menos em nível nacional. 

Falado por ceca de 7 milhões de pessoas, entre brasileiros, bolivianos e argentinos, é no Paraguai que o Guarani encontrou refúgio tanto pela quantidade de usuários, quanto pela supremacia étnica em relação a outros povos indígenas habitantes daquele país (até a moeda nacional leva o mesmo nome). Lá, a língua foi mantida principalmente porque os padres jesuítas a usaram como instrumento de conversão religiosa numa empreitada colonizadora desvinculada das potências católicas ibéricas.  

Isso não quer dizer que a língua não sofra preconceitos. ainda que oficial, o guarani é visto como uma língua vulgar e inferior ao espanhol por parte da população. Mesmo que, em detrimento a tudo isso, o guarani recebeu status de língua oficial do Mercosul, em 2007, e, como todo idioma vivo, sofre variações, apresenta regionalismos e está sempre em franco desenvolvimento. Hoje já se denomina de yopará a sua mistura com o castelhano e sua presença nas universidades é cada dia mais imponente, tanto no âmbito dos processos de ensino-aprendizagem, como na produção de conhecimentos científicos através dos falantes nativos do guarani que realizam seus cursos de mestrado e doutorado.  

Toré: mais que um ritual, um grito de luta!

Os indígenas de Pernambuco existem, eles são muitos, são brasileiros em busca de seus direitos e o Toré é uma forma de representar essa luta. Reina Truká.

Povo Truká, Ilha da Assunção - Cabrobó- PE, 2018

O Toré é uma das manifestações mais emblemáticas dos indígenas do Nordeste Brasileiro. Trata-se de um ritual religioso e cultural, onde são cantadas "linhas" com frases em suas línguas autóctones (Kepiá e Usubwkuá) em perfeita harmonia com a Língua Portuguesa.

Na Ilha da Assunção, onde o Rio São Francisco (Opará: rio-mar) banha o município de Cabrobó, na divisa de Pernambuco e Bahia, os aldeados fazem o Toré em dias de quarta-feira ou sexta. O ritual é aberto à comunidade, visitantes, pesquisadores e turistas.  

Registros de pesquisa - Povo Indígena Truká

Aqui é onde começa a minha pesquisa... Escola Indígena Acilon Ciriaco da Luz e estrada que corta a Ilha da Assunção leste-oeste, 22 km de terras, culturas e povos indígenas.

Escola Indígena Ancilon Ciriaco, Aldeia Umbuzeiro, Ilha de Assunção, Cabrobó, Pernambuco.

Via de acesso às 25 aldeias na Ilha de Assunção, Território Indígena Truká.

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